Presidente afirmou que se encontrará na próxima segunda-feira com Juscelino Filho, alvo de denúncias sobre uso de voo da FAB para ir a leilões de cavalos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quinta-feira, durante entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo transmitida pelo Grupo Bandeirantes, a situação de ministros que vêm sendo alvo de denúncias neste início de governo. 

Juscelino Filho, das Comunicações, utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar a São Paulo, onde participou de leilões de cavalo — ele também recebeu diárias relativas ao período, embora só tenha cumprido duas horas de agendas relativas ao cargo no estado. Juscelino anunciou, após o caso vir à tona, que devolverá os valores das diárias, mas não tratou do voo pela Aeronáutica.

— Se ele não conseguir provar a inocência, ele não pode ficar no governo — afirmou Lula, acrescentando que solicitou a Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, que marcasse uma reunião com o ministro das Comunicações. O encontro deve ocorrer na próxima segunda-feira, quando Juscelino retornar de uma viagem ao exterior.

Lula também tratou do quadro envolvendo Daniela Carneiro, ministra do Turismo. Assim como o titular das Comunicações, ela integra o União Brasil, um dos partidos que o governo petista tentou atrair para a base aliada com a oferta de postos no primeiro escalão.

Mulher do correligionário Waguinho, prefeito de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Daniela assistiu virem à tona, nos últimos dois meses, uma série de indícios de ligações do casal com milicianos que agem na região. Acusados de integrar grupos paramilitares e até um condenado por homicídio fizeram campanha junto da dupla e chegaram a ocupar cargos na administração municipal.

— Se ficar provado que ela tem ligação (com milícia), o que eu tenho certeza que não tem, ela sai — pontuou Lula, frisando ter "gratidão pela Daniela", apontada pelo petista como a única deputada que o apoiou "de verdade" na Baixada.

Em seguida, o presidente reforçou que, caso as acusações contra algum dos ministros seja confirmada, o mesmo não permanecerá na equipe:

— Se for inocente, ficará no governo. Se for culpado, sairá — resumiu.


Fonte: O GLOBO