Treinador deu entrevista coletiva nesta terça-feira e expressou sua indignação com eventos que aconteceram no clássico no final de semana

A vitória do Flamengo sobre o Botafogo por 1 a 0 no último sábado no Mané Garrincha foi marcada por polêmicas. O treinador alvinegro, Luís Castro, já havia expressado sua insatisfação depois da partida quando foi tentar falar com o árbitro depois do apito final e foi contido por policiais do Distrito Federal, que também tiveram atuação contestada no duelo. 

Em uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, o português voltou a fazer duras críticas sobre como os eventos ocorreram, afirmando que o juiz "não tinha confiança para arbitrar" e que o policiamento é "uma vergonha".

— Acho que o jogo deveria ter acabado aos cinco minutos de jogo. Porque vi o árbitro correr dos jogadores do Flamengo. A partir dali, estava claro que não tinha confiança para arbitrar aquele jogo. Depois vi o mesmo, aos 33 minutos, o árbitro a correr à frente dos jogadores do Flamengo. 

Nunca vi correr dos meus jogadores, enfrentou meus jogadores. Contexto gera comportamentos. Vi essa peça de teatro terminar com um pênalti sobre o Matheus Nascimento que nem percebi se o VAR avaliou — afirmou o treinador.

O jogo terminou com dois jogadores do Botafogo expulsos: Tiquinho Soares e Marçal, ambos por reclamação depois de uma confusão generalizada no final da partida. 

No jogo anterior, jogadores Glorioso já haviam recebido outros três cartões vermelhos no clássico contra o Vasco, e as cinco expulsões geraram comentários por parte da imprensa e dos torcedores, que levantaram a hipótese de que a equipe precisaria de um maior trabalho psicológico para acalmar os ânimos dos atletas. Luís Castro também falou sobre o assunto, criticando a abordagem da mídia.

— Antes estávamos fantásticos. Tivemos duas pancadas seguidas, não só os árbitros, fomos nós também, deveríamos ter sido mais competentes. Mas não venham com lado mental para esconder arbitragem, organização, falta de luz nos vestiários, um gramado que causou lesão do Patrick de Paula. A parte mental do Botafogo não serve de pano para limpar o vidro sujo. Pensam que sou um atrasado mental e preciso comer tudo que me enfiam?

A atuação policial no duelo também foi alvo das duras críticas do português. A demora para agir quando torcedores invadiram o campo do Mané Garrincha foi um dos assuntos mais comentados da partida, mas o treinador expressou a indignação por ter sido contido pelos profissionais ao tentar falar com o árbitro depois do apito final.

— A parte da polícia é realmente uma vergonha. Não somos assassinos, não somos selvagens. Não precisa todo esse aparato policial. Contexto gera contexto. Quero falar com o árbitro e quase vou preso. É a primeira vez na minha, em 50 anos de futebol. Foi preciso chegar ao futebol brasileiro. Estão tratando o ser humano como o quê? — questionou.


Fonte: O GLOBO