Dois meses após queda na Copa, sucessor de Tite ainda não é uma unanimidade

Dois meses depois da eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Catar, a CBF ainda não tem um técnico escolhido para substituir Tite, que entregou o cargo junto à sua comissão em janeiro. 

O presidente Ednaldo Rodrigues prometeu resolver a situação até março, e começou recentemente a descentralizar um pouco mais a missão da procura. Hoje, não há um alvo preferencial definido. 

E pela dificuldade na busca por nomes que são incontestáveis, sobretudo estrangeiros, o compasso ainda é de espera e avaliações. A tendência é esticar essa procura até o meio do ano.

— Não vamos escolher na pressão. As Eliminatórias começam em junho. Trabalhamos com pés no chão para acertarmos. Para que os profissionais escolhidos cumpram seu ciclo e não seja apenas eventual treinador que seja interino — disse Ednaldo Rodrigues, no sorteio da Copa do Brasil.

O dirigente assumiu sozinho a missão de encontrar o sucessor de Tite após ser chefe de delegação da seleção brasileira na Copa do Mundo. Após a avaliação do trabalho, ficou definido que o perfil do novo treinador precisaria estar alinhado com a ideia que Ednaldo tem para a seleção brasileira. 

Mais aberta para a torcida, com um jogo ofensivo, e alinhamento com a CBF. Por isso, nomes estrangeiros não são os únicos no radar. Não estão descartados treinadores com experiência no futebol brasileiro.

O nome de Abel Ferreira é bem visto pelos resultados no Palmeiras, mas o português sofre resistência exatamente em relação ao estilo de jogo, e também por conta de seu temperamento. A CBF também considerou o bom trabalho de Dorival Jr no Flamengo para deixá-lo no páreo. Depois da saída, não houve movimentação para uma conversa, mas ela não foi totalmente descartada até agora.

Esses e outros nomes estão de sobreaviso. O espanhol Luis Henrique foi cotado, assim como Jorge Jesus, mas há mais pressão externa de agentes ligados aos treinadores do que convicção da CBF. No caso de Jesus, pesa a favor também o fim de contrato com o Fenerbahce no meio do ano. 

Ele já indicou através de intermediários que deixará o clube turco e gostaria de comandar a seleção. E tem a favor bom relacionamento com empresários e dirigentes ligados ao presidente da CBF.

- O tema está bem sob domínio, sob controle, respeitamos aqueles que possam estar trabalhando na CBF no futuro, mas estamos respeitando seus clubes, seus contratos. 

No que pese que está passando o tempo, porque sabemos da data Fifa em março, que vamos ter jogos. Mas estamos trabalhando para ter o treinador da seleção brasileira e a comissão técnica - frisou Ednaldo, indicando que a busca será focado também em técnicos empregados.

O principal alvo nesse sentido era Carlo Ancelotti, do Real Madrid, mas não houve avanço nas conversas depois que o italiano ressaltou que gostaria de seguir no clube até o fim do contrato, em junho de 2024. 

Segundo o Ge, o treinador ainda não descarta a possibilidade, o que faria a CBF enviar uma proposta e tentar se encontrar com ele na Espanha até o meio do ano.


Fonte: O GLOBO