Parlamentar do PL cobra do presidente mesma ação do governo Bolsonaro, mas psolista afirma que verba já foi liberada e ironiza colega: 'Ignorância ou má fé?'

O deputado federal eleito com mais votos em todo o país, Nikolas Ferreira (PL-MG), foi as redes sociais na tarde desta quarta-feira para cobrar o presidente Lula (PT) sobre uma medida que já havia sido anunciada pelo governo na última segunda-feira: a liberação do saque do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade para os moradores atingidos pelas chuvas no litoral norte de São Paulo no último final de semana. 

A atitude provocou uma reação do também deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) que questionou a intenção moral do colega: "Ignorância ou má fé?", escreveu.

A interação no Twitter começou após a publicação de Ferreira, que questionou a suposta demora de atuação do presidente, ao qual se declara ferrenho opositor. "O governo Bolsonaro sempre liberou o FGTS para moradores atingidos por desastres naturais em todo o Brasil. Por que Lula não faz o mesmo para os desabrigados na Baixada Santista? Incompetência ou má fé?", indagou o deputado federal de Minas Gerais.

A medida citada pelo parlamentar foi anunciada pela ministra do Planejamento Simone Tebet na última segunda-feira, dois dias antes de sua cobrança nas redes. Em seguida, Boulos retrucou Ferreira e o acusou de fake news.

"A desinformação é um problema crônico do bolsonarismo. Esse resolveu cobrar hoje uma medida que Lula anunciou 2 dias atrás. Ignorância ou má fé?", ironizou.

Esta não é a primeira vez em que os parlamentares protagonizam um embate público. Após o primeiro turno das eleições do ano passado, quando foram eleitos os deputados federais mais votados do país, os dois estiveram presentes em um debate realizado pela CNN. Na ocasião, eles bateram boca em diversos momentos do encontro.

A apresentadora do debate, a jornalista Luciana Barreto, chegou a pedir que os dois baixassem o tom.

— Peço que a gente não tenha mais ataque pessoal, senão a gente não vai terminar esse debate nunca. A intenção é que tenhamos sempre uma conversa propositiva.


Fonte: O GLOBO