Coronel Naime foi alvo de preventiva por suspeita de omissão nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro. Nova fase mira os policiais Flávio Silvestre de Alencar, Josiel Pereira Cesar e Rafael Pereira Martins
A Policia Federal prendeu nesta terça-feira o ex-chefe do departamento operacional da Polícia Militar do DF, o coronel Jorge Eduardo Naime, por suspeitas de omissão no planejamento da segurança do dia 8 de janeiro.
A prisão preventiva foi cumprida em nova fase da operação Lesa Pátria, que busca identificar os responsáveis pelas invasões das sedes dos Três Poderes. Os outros alvos também são policiais militares, sendo um major, um capitão e um tenente.
Os nomes são investigados por suspeita de omissão na segurança da região. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao todo, são três mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva. De acordo com a PF, o objetivo da ação é identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.
Os outros presos são o major da PM Flávio Silvestre de Alencar, o capitão Josiel Pereira Cesar e o tenente Rafael Pereira Martins.
Alencar era subcomandante do 6º batalhão de Polícia Militar do DF, localizado na região da Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.
O capitão Josiel Pereira Cesar estava vinculado ao gabinete do comandante-geral da PM, na função de ajudante de ordens. O outro preso, tenente Rafael Pereira Martins, ingressou na PM do DF em concurso de 2019 e não tinha cargo comissionado na estrutura da cúpula da corporação.
O ministro da Justiça, Flavio Dino, repercutiu a operação pelas redes. "Polícia Federal segue fazendo trabalho de investigação dos fatos ocorridos no dia 8 de janeiro. As apurações estão sendo entregues ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, para as providências cabíveis. O Estado de Direito tem o dever de se proteger contra seus 'homicidas'", publicou o ministro no Twitter.
Em nota, a defesa de Jorge Eduardo Naime diz que no dia 8 de janeiro o coronel "agiu conforme a lei e a técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento".
"O avanço das investigações demonstrará a inocência do Coronel, que há 30 anos presta serviços relevantes à população do Distrito Federal", registram os advogados do militar.
Folga na véspera
O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto pediu folga do trabalho às vésperas dos ataques realizados por bolsonaristas golpistas em Brasília. O oficial foi chamado às pressas para atuar contra os invasores. Naime foi exonerado do cargo após a ação dos golpistas.
O militar fez a solicitação de folga no dia 3 de janeiro. No pedido, o oficial demandava a dispensa até 8 de janeiro. A aprovação do pedido foi assinada no dia 5 pelo gabinete então comandante-geral da PM-DF, Fábio Augusto Vieira. Vieira foi exonerado e preso por suspeita de omissão, mas depois o ministro do STF Alexandre de Moraes revogou a prisão de Vieira.
Além de Naime, o ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, também estava ausente da capital federal no dia dos atos golpistas que questionavam o resultado das eleições presidenciais de 2022. Torres também foi exonerado e está preso em Brasília.
Empresário, 'Dona Fátima' e ex-PM presos
Nas últimas semanas, a PF tem realizado operações contra envolvidos nos atos golpistas. Nas fases anteriores, 16 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão foram realizados. Na semana passada, o empresário Lucimario Benedito Camargo, mais conhecido como Mário Furacão, foi detido em Goiás. Já William Ferreira, ex-policial militar e ex-candidato a deputado estadual, foi preso em Porto Velho, em Rondônia.
O policial legislativo Alexandre Hilgemberg foi identificado por ter orientado os golpistas a respeito dos caminhos dentro do Senado, e não atuou para impedir a invasão. O policial foi afastado.
Outra pessoa detida pela Lesa Pátria foi Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como "Dona Fátima de Tubarão". Ela foi presa no dia 27 do mês passado, em Santa Catarina. A bolsonarista de 67 anos viralizou na internet ao aparecer em um vídeo dizendo que estava "quebrando tudo".
Outro alvo de busca e apreensão foi Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio aos atos terroristas, índio publicou registros na rampa do Congresso Nacional.
Os nomes são investigados por suspeita de omissão na segurança da região. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao todo, são três mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva. De acordo com a PF, o objetivo da ação é identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.
Os outros presos são o major da PM Flávio Silvestre de Alencar, o capitão Josiel Pereira Cesar e o tenente Rafael Pereira Martins.
Alencar era subcomandante do 6º batalhão de Polícia Militar do DF, localizado na região da Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.
O capitão Josiel Pereira Cesar estava vinculado ao gabinete do comandante-geral da PM, na função de ajudante de ordens. O outro preso, tenente Rafael Pereira Martins, ingressou na PM do DF em concurso de 2019 e não tinha cargo comissionado na estrutura da cúpula da corporação.
O ministro da Justiça, Flavio Dino, repercutiu a operação pelas redes. "Polícia Federal segue fazendo trabalho de investigação dos fatos ocorridos no dia 8 de janeiro. As apurações estão sendo entregues ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, para as providências cabíveis. O Estado de Direito tem o dever de se proteger contra seus 'homicidas'", publicou o ministro no Twitter.
Em nota, a defesa de Jorge Eduardo Naime diz que no dia 8 de janeiro o coronel "agiu conforme a lei e a técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento".
"O avanço das investigações demonstrará a inocência do Coronel, que há 30 anos presta serviços relevantes à população do Distrito Federal", registram os advogados do militar.
Folga na véspera
O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto pediu folga do trabalho às vésperas dos ataques realizados por bolsonaristas golpistas em Brasília. O oficial foi chamado às pressas para atuar contra os invasores. Naime foi exonerado do cargo após a ação dos golpistas.
O militar fez a solicitação de folga no dia 3 de janeiro. No pedido, o oficial demandava a dispensa até 8 de janeiro. A aprovação do pedido foi assinada no dia 5 pelo gabinete então comandante-geral da PM-DF, Fábio Augusto Vieira. Vieira foi exonerado e preso por suspeita de omissão, mas depois o ministro do STF Alexandre de Moraes revogou a prisão de Vieira.
Além de Naime, o ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, também estava ausente da capital federal no dia dos atos golpistas que questionavam o resultado das eleições presidenciais de 2022. Torres também foi exonerado e está preso em Brasília.
Empresário, 'Dona Fátima' e ex-PM presos
Nas últimas semanas, a PF tem realizado operações contra envolvidos nos atos golpistas. Nas fases anteriores, 16 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão foram realizados. Na semana passada, o empresário Lucimario Benedito Camargo, mais conhecido como Mário Furacão, foi detido em Goiás. Já William Ferreira, ex-policial militar e ex-candidato a deputado estadual, foi preso em Porto Velho, em Rondônia.
O policial legislativo Alexandre Hilgemberg foi identificado por ter orientado os golpistas a respeito dos caminhos dentro do Senado, e não atuou para impedir a invasão. O policial foi afastado.
Outra pessoa detida pela Lesa Pátria foi Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como "Dona Fátima de Tubarão". Ela foi presa no dia 27 do mês passado, em Santa Catarina. A bolsonarista de 67 anos viralizou na internet ao aparecer em um vídeo dizendo que estava "quebrando tudo".
Outro alvo de busca e apreensão foi Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio aos atos terroristas, índio publicou registros na rampa do Congresso Nacional.
Fonte: O GLOBO
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