Pronunciamentos de presidentes da República não são praxe nas solenidades; Rosa Weber será a primeira a falar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai discursar durante a cerimônia de abertura do ano do Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, quando o plenário da Corte, destruído por golpistas no último 8 de janeiro, será reaberto. 

O pronunciamento de presidentes da República na solenidade, que ocorre todos os anos, não é praxe e quebra o protocolo usualmente aplicado ao evento.

Segundo O GLOBO apurou, Lula deverá falar após o pronunciamento da presidente do Supremo, ministra Rosa Weber — que fará um forte discurso em defesa da democracia. A expectativa é de que as palavras do presidente da República sigam o mesmo tom a respeito do fortalecimento e respeito às instituições.

Com o peso da reabertura do plenário brutalmente vandalizado pelos terroristas, a solenidade de abertura do ano do Judiciário deste ano deve ganhar ares de desagravo ao Supremo. O edifício-sede do tribunal foi o mais depredado pelos golpistas, e uma avaliação preliminar do patrimônio estima o custo de R$ 5,9 milhões para as obras.

Além de Rosa e Lula, o evento para 300 convidados nesta quarta-feira terá a participação de uma série de autoridades como o procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, embaixadores, políticos e advogados. 

Os demais dez ministros do Supremo também estarão presentes. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não deve compor a mesa já que estará no meio da eleição para a presidência da Casa, marcada para o mesmo horário da cerimônia do Supremo.

Em 2022, em meio às relações já bastante esgarçadas entre o Executivo e o Judiciário, o então presidente Jair Bolsonaro sequer compareceu à sessão solene de reabertura do Judiciário. 

Na ocasião, o ex-presidente da República enviou a Luiz Fux uma justificativa por escrito, informando que não participaria do evento, que ocorreria por meio de videoconferência, uma vez que ele cumpriria agenda sobrevoando cidades atingidas pelas fortes chuvas em São Paulo próximo ao horário da solenidade.


Fonte: O GLOBO