A Fundação Garibaldi Brasil (FGB) informou que os alunos e professores que desenvolviam atividades no local foram remanejados. Obras sem previsão de início

Interditado por conta do risco de desabamento, o centro cultural Lydia Hammes, em Rio Branco, teve suas atividades suspensas. Segundo o presidente da Fundação Garibaldi Brasil, Pedro Aragão, os professores voluntários e mais de 300 alunos que frequentavam o local para práticas esportivas e culturais tiveram que ter suas atividades remanejadas para outros lugares.

O presidente da FGB explica que esse decisão veio pela preocupação com as pessoas que frequentavam o local. Ele espera que com a reforma possa ser entregue um lugar adequado para as atividades culturais e esportivas.

"Era mais de 300 alunos que tinha no Lydia Hammes e pra gente poder oferecer um melhor trabalho pra eles, a gente preferiu pelo fechamento do centro para que haja uma reforma e o retorno do centro, um centro mais bonito, mais adequado para receber as atividades . Um centro que tem um mirante, coisa mais linda, foi o primeiro aeroporto da cidade" explicou.

Sem previsão de início das obras

O recurso destinado para reforma do local não pode ser de emenda parlamentar e o prefeito Tião Bocalom vai liberar verba para que as obras no centro cultural possam ser iniciadas, explica Pedro Aragão. Apesar disso, não há data para o começo das obras, mas, se tudo ocorrer conforme o planejado, a probabilidade é que esse ano ele seja devolvido.

"O prefeito Tião Bocalom vai colocar recurso para gente fazer a reforma daquele espaço e a gente vai conseguir dar para comunidade o melhor. Então, a gente se preocupa com os professores e alunos. Não podemos falar da previsão porque o processo licitatório não está concluído, nós não temos ainda o início das obras, uma data de início das obras nem de término das obras, mas acredito que dentro deste ano a gente consegue até a finalização dessa reforma" disse.

Com o centro fechado, atividades são realizadas em quadras de escola

Com o fechamento do centro, os professores e alunos que frequentavam o local tiveram que remanejar suas atividades para outros lugares. O Taekwondo, atividade desenvolvida pelo professor de artes marciais Jay Machienzle Lima, foi uma dessas que teve de se adaptar a novos ares.


Jay Machienzle Lima, professor de artes marciais durante aula de Taekwondo em quadra poliesportiva. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

“ A gente faz um treinamento aqui na quadra e, como nosso esporte é de impacto, pode ocasionar lesões no joelho, na coluna, e a gente precisa de um chão adequado. Tem algumas categorias dentro da modalidade que a gente não tá fazendo por conta do chão.

Apesar do centro ter materiais precários, o professor de artes marciais afirma que mesmo assim o local atendia as necessidades dos alunos. O tatame, apesar de ser deteriorado, faz uma falta não só para ele na hora do ensino, mas para os alunos também na hora do aprendizado e por conta disso algumas categorias que envolvem queda não estão sendo realizadas.

O aluno de Taekwondo, Edno da Silva, falou sobre a dificuldade na prática do esporte em uma quadra poliesportiva.

"Aqui é uma escola, outras pessoas usam a quadra, jogadores, professores de educação física e num lugar só nosso a gente poderia ter todo nosso material, por exemplos, sacos de pancada, raquetes, tudo em boas qualidades, as roupas de proteção para quando tivesse as lutas, e isso que aqui não dá. Pelo menos não ainda, em um tatame nas lutas que tem por exemplo chão, fazer no chão duro pode dar alguma lesão, pode machucar, no tatame macio, pode bater" afirmou.

"Enquanto não ficar pronto a gente está aqui sem tatame e adaptando como pode, não estudando as outras áreas para não poder danificar o físico dos alunos e a gente tá treinando na medida do possível'", conclui Jay Machienzle Lima.

Primeiro aeroporto

O Centro Cultural Lydia Hammes fica localizado no bairro Aeroporto Velho, nomeado desta forma em referência ao primeiro aeroporto do estado, o 'Francisco Salgado Filho', inaugurado em 1950.

O prédio da antiga estação de passageiros foi doado em 1978 para o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, que instalou um núcleo de pesquisa voltado para estudos de agricultura e meio ambiente, com a plantação de mudas frutíferas da região.

Fonte: G1/AC